De tempo em tempo o coração bate. Junto com a batida vem o fluxo.
No repetimento, o novo surge. Com ele, o inevitável. Inevitavelmente, nos repetimos.
Frequentemente nada se cria, mas as vezes somos capazes de nos reinventar sem recair no que já foi feito, no que já foi dito. E qual a importância disso? Eu sei. Sei também que cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é e imagino que seja igualmente delicioso ser o que não é, ou o que não imaginou que fosse. O fato é que ininterruptadamente nos refletimos. E a cada reflexo, nos projetamos em novos corpos. De novo, o novo. De novo, a repetição. No novo, o reflexo, a cópia exata com modificações já pensadas. Funcionamos como máquinas de xerox enfileiradas e num processo contínuo de trabalho, duplicamos, triplicamos, nos copiamos por bilhões de vezes e assim esquecemos de refletir. Apenas refletimos. Com o tempo, nos igualamos centenas de vezes e cada vez mais nos alegramos. E é na igualdade que se esconde a felicidade - motivo primeiro na escada das importâncias. Depois disso tudo, cansamos de nos refletir. Ficamos gastos, perdemos o brilho e enfim nos apagamos. Daí, o que resta são cópias, xerox...
quarta-feira, 30 de abril de 2008
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