domingo, 29 de abril de 2007

Eu tenho 20 anos

Considero um bom tempo de vida, já. Aliás, um tempo satisfatório. Já tenho minhas crises nostálgicas, minha maioridade, alguns conceitos definidos e outros tantos a serem pensados, para se definirem e, em seguida, serem repensados.
Depois de 7200 dias, eu aprendi muita coisa. E, dentre tanta coisa importante, percebi que somos escravos. É impossível fugir do nosso tempo. Não temos a opção de escolha do século em que iremos gastar nossos anos, e muitos nem de que forma viveremos. Nos resta corresponder às situações impostas pelos fatos externos. Nos resta muito pouco. Muito pouco mesmo. E mesmo assim, quantos ainda se fazem mais dependentes e capachos de tantas coisas? Roupas, etiquetas, círculos sociais e o principal: opinião.
Não somos livres! Somos escravos das circunstâncias, eternos dependentes do tempo. Mas ainda assim, podemos dar um último sopro de liberdade contra essa situação. Podemos ser pensantes. Podemos protestar contra o inevitável fim dos tempos. Podemos pensar sem nos preocupar com os que nos rodeiam. Façamos isso, e seremos livres por um breve e raro momento.
Eu tenho 20 anos. E ainda não criei uma válvula de escape do tempo. Ainda não planejei meus dias que virão. Nem repensei a fundo sobre aqueles que se foram. Me restam muitos anos, mas é tempo ínfimo se comparado com tudo aquilo que gostaria de fazer. Tempo ínfimo se comparado com tudo aquilo que gostaria de ouvir. Enfim, ínfimo se comparado com tudo àquilo que gostaria de viver.

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